Caros,
Vamos terminar essa nossa incursão às frases e pequenos episódios da vida de Clemenceau mencionando o Caso Dreyfus, que tanto emocionou o mundo, inclusive o Brasil.
É famosa a carta de Émile Zola na primeira página do jornal L’Aurore. Dreyfus, um oficial do exército francês, fora falsamente acusado de espionar para os alemães e condenado. O culpado era outro, mas Dreyfus já estava preso na Ilha do Diabo, na Guiana Francesa. Eis que duas pessoas entram no caso e mudam a história da França.
Zola escreveu sua diatribe como uma Lettre ouverte au président de la République française, Félix Faure. O redator chefe do L’Aurore achou que o título era muito longo, dispersivo da ideia principal, não muita gente leria, e mudou para – J’Accuse. Todo mundo leu e mudou o curso da história. O Redator-chefe era… Georges Clemenceau.
Ainda levou uns anos, mas a condenação de Dreyfus foi anulada.
A diferença entre Clemenceau e Zola é que este era escritor, preocupado com a estética e consistência do texto, e aquele era político, focado na eficiência e impacto da mensagem.