Caros,
No início, era a garagem. Lá, jovens inventivos projetavam e construíam em cima de grandes ideias. Na Era Digital, a garagem é a nuvem. Aqueles antigos jovens, em seus delírios criativos, saíram da terra e agora miram o mundo de cima.
Bill Gates criou um idioma universal que todos falam. Steve Jobs inventou um mundo com sua mente, e o colocou em nossos dedos.
Época houve em que para vender no mundo tinha de ter lojas no mundo. O negócio material e imaterial à distância é o maior produto da Era Digital.
Mas à distância também foi possível controlar o comportamento, a maneira de pensar, de agir e de reagir das pessoas.
Ser o primeiro no tempo era quase ser o primeiro no comércio, no controle das mentes.
Acabou o Romantismo. Começou o Realismo. Como na literatura. Haverá Futurismo?
A nova garagem é a nuvem: No início, era a garagem. Lá, jovens inventivos projetavam e construíam em cima de grandes ideias. Na Era Digital, a garagem é a nuvem. Aqueles antigos jovens, em seus delírios cri ativos, saíram da terra e agora miram o mundo de cima.
Bill Gates é emblemático dessa nova era. Nunca se formou; Gates, como o genial Steve Jobs não tiveram tempo para essas bobagens como ter uma formação universitária: universidade era para quem depois quisesse filosofar sobre as invenções concebidas nas garagens, digo, nas nuvens. Gates inventou o idioma das máquinas, Fundou a Microsoft, que se reinventa ao longo do tempo. Depois passou a navegar também em áreas mais vaporosas (e perigosas), como clima, saúde e Inteligência Artificial. Jobs fez muitas coisas, mas o iPhone foi sua grande e mais espetacular criação: o mundo saiu de fora e de longe e veio para as mãos e os dedos.
Vendendo no mundo: Época houve em que para vender no mundo tinha de ter loja s no mundo. O negócio material e imaterial à distância é o maior produto da era digital.
Mas à distância também foi possível controlar o comportamento, a maneira de pensar, de agir e de reagir das pessoas.
Ser o primeiro no tempo era quase ser o primeiro no comércio, no controle das mentes.
Acabou o Romantismo. Começou o Realismo. Como na literatura. Haverá Futurismo?
Francamente: Como é que a FTC entrou com essa ação antitruste contra a Amazon? Os eventos não eram nada óbvios:
Primeiro: O Presidente Joe Biden escolhe u Lina Khan para commissioner da Federal Trade Commission – FTC.
Segundo: Biden designou Lina Khan para Presidente da FTC.
Terceiro: Lina Khan manteve suas ideias e abriu uma robusta denúncia antitruste contra a Amazon. Ela podia dizer (talvez tivesse tantas vantagens se dissesse…): ‘esqueçam tudo que eu falei’…
Quarto: Dezessete estados americanos entraram junto com a FTC contra a Amazon. Não é pouca coisa, mas contra a Amazon mesmo o muito pode ser pouco.
Quinto: Por que Biden fez isso?
A Amazon era pé no chão: Sim, começou vendendo coisas materiais. Ainda que livro tenha uma componente imaterial importante. Claro, vendia por meios digitais; a nuvem veio depois.
Era compensador comprar na Amazon: encontrava-se fácil o livro, p. ex., o preço era barato, e o valor do transporte razoável.
A FTC verificou que todas essas componentes se deterioraram. Os consumidores também verificaram isso. E os vendedores terceirizados, também.
A questão do desconto e outros constrangimentos: Se uma empresa oferece seus produtos na Amazon, ela não pode vender mais barato em outro lugar.
Alguém poderia alegar: ‘saia e vá vender em outro lugar’. O problema é: não há outro lugar. A Amazon é inigualável, quase omnipresente, quase omnipotente. Resultado: o vendedor se submete.
Pior, se a Amazon força o vendedor a fazer anúncios nela; se força a usar os serviços de armazenagem, separação, embalagem e envio do produto adquirido; se ameaça degredar o vendedor ao abismo de páginas lá atrás, nas pesquisas de produtos; se pode negar a Buy Box; se pode não deixar os produtos do vendedor na categoria Prime… Tudo isso aumenta o preço dos produtos do vendedor. Que faz o vendedor? Aumenta os preços em todos seus outros locais de venda, para não desagradar a Amazon.
Questão associada à questão do desconto: Como uma loja não consegue vender mais barato do que vende na Amazon, quando a Amazon aumenta o preço ela tem de seguir. O consumidor paga. O consumidor perde. O vendedor não consegue fazer seu marketing para atrair mais compradores, pois está preso na Amazon.
A Amazon tem como testar até que ponto ela pode aumentar os custos da venda, sem que o consumidor desista, e sem que o vendedor terceirizado decida não vender. O Wall Street Journal afirmou que a Amazon acrescentava US1 bilhão por ano com semelhante abuso.
Armazenagem, tratamento, empacotamento e envio: A Amazon guarda na sua superloja produtos vendidos por ela mesma ou por terceiros. Quando o consumidor compra, a Amazon localiza o produto no estoque, o empacota e muitas vezes ela mesma despacha. E a Amazon tem ampla latitude para estabelecer o preço que acha melhor. O Vendedor paga e o consumidor também.
A FTC diz que a Amazon tem produtos próprios e, claro, estabelece seus preços. Estes passam a ser o preço mínimo para aqueles produtos oferecidos por outros vendedores não apenas na Amazon, mas em qual quer outra plataforma online. Se não, sanções matadoras.
A loja do mundo: A Amazon é a loja do mundo. Nos EUA, consta que vende mais online do que as quinze lojas competidor as seguintes… juntas. Ou seja, ninguém poderia se dar ao luxo de não vender via Amazon. Mas aí, passa a ser muito controlada pela Amazon.
E as lojas têm de ir ao virtual. Mesmo algumas que vão, não conseguem sobreviver. No mundo todo, as livrarias, mesmo com uma componente online, estão falindo. Hic jacet Johannes Gutenberg.