Caros,
O surgimento das Big Techs quebrou o paradigma das mídias antigas – jornal, revista, rádio e TV – e parecia capaz de dar voz ao cidadão obscuro e mudo, ao espectador surdo da última fila do cinema – para usar uma expressão de Joseph Schumpeter. Era a esperança de que todos poderiam participar do jogo democrático, com possibilidades de falar direta e irrestritamente a todos os outros, com maiores chances de ressoar suas ideias na algaravia dos debates contemporâneos. Seria a tão sonhada desintermediação da expressão? Não foi.
Por várias circunstâncias, o modelo das plataformas consagrou-se num viés de winner takes all: ou se domina o mercado ou se morre. Em outras palavras, quem não for suficientemente competente para monopolizar o mercado, sucumbe. Pouquíssimas empresas passaram a controlar o fluxo das informações, dos discursos, e se tornaram capazes de reduzir o alcance de determinadas postagens, de desmonetizar o canal de certas pessoas, e, enfim, de excluir pessoas das respectivas plataformas.
Não é difícil que uma empresa que domina o fluxo de informação – uma Big Tech – descubra itens, políticas, desejos, ideias de Governos que os próprios Governos não conseguem fazer avançar, seja pela ilegalidade óbvia demais, seja por vergonha, mas… a Big Tech pode. E pode até se acertar com governos.
Quem controla a informação, molda mentes desinformadas, mesmo as que se considerem informadas; as ingênuas, mesmo as que se achem espertas; as incultas, mesmo as que se achem doutas.
E aí? E a liberdade de expressão? E a democracia? E a Soberania dos países? Aí é o que tentaremos entender e formular a partir das Notas desta semana.
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