Caros,
Gustave Eiffel assinara um contrato para construir e explorar o que viria a ser sua Torre, desde que lhe fosse dada uma concessão de 20 anos. Esse prazo de concessão era necessário, pois a obra estava avaliada em 6,5 milhões de francos, mas Eiffel aceitou receber apenas 1,5 milhão para construir a Torre: estava certo de recuperar a diferença no prazo de uma concessão. Não se enganou: as pessoas até hoje fazem fila para subir na Torre.
Eis senão quando aparece na primeira página do diário Le Temps, o mais importante da época na França, o chamado manifesto dos intelectuais franceses, contra a construção da Torre… A arrogância era tão grande quanto o equívoco.
Na verdade era uma “Protestation des artistes contre la Tour de M. Eiffel“, que ainda não tinha o nome oficial de seu construtor. Alguns a chamavam de “a Torre dos 300m”, ou “a Torre de Monsieur Eiffel”, ou, mais depreciativamente, “a Torre de Babel”. Mas a babel, a confusão, quem não entendia nada eram os intelectuais. O manifesto, vejam só, contava com mais de 40 assinaturas, quase todas de homens célebres à época: escritores, poetas, músicos, pintores, escultores, arquitetos.
Cinco séculos antes, fazer a cúpula do Duomo de Florença, com aqueles dimensões colossais de diâmetro e de altura, parecia loucura. Ninguém jamais construíra algo assim, na história. Felizmente, na época de Brunelleschi não havia jornais para amplificar e propagar maledicência, como na de Eiffel havia. Hoje então, com as mídias sociais…
Ninguém acreditava que Brunelleschi conseguiria construir a cúpula da Catedral de Florença. Mas ele disse que era capaz de fazer. A cidade acreditou. E fez.
Boa semana,
Sávio.