Caros,
Após perder o concurso para esculpir as Portas do Batistério de Florença, Filippo Brunelleschi foi para Roma. Resolveu deixar de ser escultor e se tornou arquiteto. Era um grande escultor: tornou-se o maior arquiteto da Renascença. Mas o que viu em Roma, capaz de tamanha transformação artística em sua mente inquieta?
Acima de tudo, Brunelleschi viu o Panteão. O Panteão de Adriano é uma das grandes criações arquitetônicas de todos os tempos: original, extremamente ousada. Fala de um mundo maior do que a Roma Imperial. Nenhum edifício deixou uma marca tão grande na história. Sua progênie, tanto na forma como na ideia, está em todos os lugares.
O Panteão só foi preservado porque em torno do ano 609 a.D. o papa Bonifácio IV o consagrou como uma igreja – Sancta Maria ad Martyres. Na verdade, o Panteão é o mais bem preservado edifício monumental da antiga Roma.
Em obras colossais, a logística é sempre um item crítico. Foi no Duomo de Florença, pela altura e diâmetro da cúpula; foi na Torre Eiffel, pela novidade da altura e do material empregado. Foi no Panteão, pelo transporte das colunas do pórtico.
As colunas de granito cinza usadas no Panteão foram extraídas nas montanhas orientais do Egito e levadas para Roma. Cada coluna tinha 11,9 m de altura, 1,5 m de diâmetro e pesava 60 toneladas. Foram arrastadas por mais de 100 km da pedreira até o rio Nilo em trenós de madeira, e daí levadas de barcaça rio abaixo, quando o nível da água estava alto durante as cheias da primavera. Na foz do Nilo, foram transferidas para navios para cruzar o Mar Mediterrâneo até o porto romano de Ostia. Lá, as colunas foram transferidas de volta para barcaças e subiram o rio Tibre até Roma. Depois de descarregadas perto do Mausoléu de Augusto, o local do Panteão ainda estava a cerca de 700m de distância. Assim, era necessário arrastá-las ou movê-las sobre toras até o canteiro de obras do Panteão…
Boa semana,
Sávio.
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