Caros,
Vamos escrever algumas Notas sobre os Nabuco e os Roosevelt, a família de Joaquim e a de Theodore. Alguém pode imediatamente questionar: o que tem a ver uma coisa com a outra? O suficiente para escrevermos estas Notas.
Os Nabucos constituíram uma família notável, por cerca de um século. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (Recife, 1849 – Washington, 1910), cujo primeiro nome decorre de ter nascido na época da Festa de São Joaquim, foi uma das mais altas figuras intelectuais que o Brasil teve (inclusive fisicamente, nos seus 1,86m de altura).
Joaquim Nabuco não é daqueles cujos livros entusiasmam rapidamente os jovens. Não se assemelham aos deliciosos romances de José de Alencar, como Cinco Minutos e A Viuvinha, que apaixonam os adolescentes. Não. Sua opera magna, Um Estadista do Império, é obra de maturidade, obra que a gente vai apreciando mais e mais a partir de uma certa experiência de vida.
Mas nestas semanas vamos falar do filho mais velho de Joaquim Nabuco, Maurício, e do relacionamento de amizade deste com o filho mais velho do ex-presidente americano Theodore Roosevelt, Ted Jr.
Os Nabucos e os Roosevelts – Como assim? Que têm a ver?
A Petite Histoire é uma parte tocante da história, porque a gente pode chegar mais perto da realidade humana: gestos de cortesia, de consideração, companheirismo, amizade, destemor, ousadia, heroísmo, compaixão, misericórdia, caridade.
Os Nabucos constituíram uma família notável, por cerca de um século. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (Recife, 1849 – Washington, 1910), cujo primeiro nome decorre de ter nascido na época da Festa de São Joaquim, foi uma das mais altas figuras intelectuais que o Brasil já teve (inclusive fisicamente, nos seus 1,86m de altura). Comparável a ele, vem-me à memória, o Visconde de Porto Seguro, Francisco Adolpho de Varnhagen (Iperó -SP, 1816 – Viena, 1878) e Oliveira Lima (Recife, 1867 — Washington, 1928). Não por acaso, esses três foram diplomatas, beneficiários de uma visão mais panorâmica do mundo. Todos tiveram a desdita de morrer longe da pátria.
Joaquim Nabuco não é daqueles cujos livros entusiasmam rapidamente os jovens. Não se assemelham aos deliciosos romances de José de Alencar, como Cinco Minutos e A Viuvinha, que apaixonam os adolescentes. Não. Sua opera magna, Um Estadista do Império, é obra de maturidade, pode não apaixonar de primeira; são páginas que a gente vai apreciando mais e mais a partir de uma certa experiência de vida.
Um primeiro contato: Joaquim Nabuco foi Embaixador do Brasil nos EUA, apresentando suas credenciais ao Presidente Theodore Roosevelt em 1905.
Tudo indica que os dois, o Embaixador e o Presidente, se entenderam bem. Não era difícil se dar bem com Joaquim Nabuco: ele era inteligente, agradável, e charmoso.
Quando o já ex-presidente Theodore Roosevelt empreendeu sua famosa expedição ao Brasil, veio com seu filho Kermit Roosevelt, e Rondon os acompanhou no interior do Brasil. Maurício Nabuco, filho de Joaquim fora encarregado de acompanhar Roosevelt. Mas aparentemente, não precisou se embrenhar na selva (nem seria muito compatível com a finesse de um Nabuco) em busca do Rio da Dúvida na expedição de ex-presidente…
Consideração na morte: Quando Joaquim Nabuco morreu, em 17.1.1910, o novo Presidente dos EUA, William Howard Taft, compareceu ao seu funeral com a Primeira-dama, Helen taft, e ofereceu seu iate a dona Evelina, esposa de Joaquim, para levá-la ao Brasil: ela preferiu seguir no navio que levava o corpo do marido.
Na foto ao lado: Chegada do ataúde de Nabuco, numa carreta de artilharia, à Catedral de Saint Mathew the Apostle, em Washington.
Na foto inferior: O Presidente dos EUA, William H. Taft e a Sra Taft chegando à Catedral.
Tudo indica que Joaquim Nabuco morreu bem. Após arrogâncias intelectuais da imaturidade, ele retornou à Igreja no fim da vida. Provavelmente, deve a salvação de sua alma à sua mulher, Evelina Nabuco.
Mas neste primeiro conjunto de Notas vamos falar do filho mais velho de Joaquim Nabuco, Maurício, e do relacionamento de amizade deste com o filho mais velho do ex-presidente americano Theodore Roosevelt, Ted Jr.
Um dia, numa outra história, falaremos de Nabuco e Eufrásia Teixeira Leite, que noivaram e desfizeram o noivado várias vezes.
THEODORE ROOSEVELT Jr., o militar: Theodore Roosevelt Jr., Ted Jr., filho mais velho do Presidente americano Theodore Roosevelt e da sua esposa, Edith Roosevelt, ganhou a Medalha de Honra militar por sua participação na Segunda Guerra Mundial.
Ted Jr. Já havia participado da Primeira Guerra Mundial, onde um de seus irmãos (Quentin Roosevelt) morrera quando o avião que pilotava foi abatido pelos alemães; o próprio Ted Jr. foi ferido e sofreu um ataque de gás venenoso em Soissons, em 1918.
Ted Roosevelt Jr. foi o único general (era brigadier-general, general de uma estrela) a desembarcar na Normandia, no Dia D, 16.6.1944, com a primeira leva de tropas, na praia de Utah. Aos 56 anos, era o homem mais velho no desembarque, e o único cujo filho também desembarcou naquele mesmo dia: o capitão Quentin Roosevelt II estava entre os soldados que desembarcaram, na primeira leva, na mortífera praia de Omaha (e sobreviveu).
Ted Jr. peticiona reiteradas vezes e briga muito para que, apesar de sua idade e condição precária de saúde, deixem-no ir com seus comandados para desembarcar na Normandia naquele épico 6 de junho de 1944. Foi.
Costumo ver com meus netos aquele filme sobre o Dia D, O Mais Longo dos Dias (The Longest Day), no qual o famosíssimo ator Henry Fonda faz o papel de Ted Jr.