Caros,
O republicano brasileiro Silva Jardim foi visitar o Vesúvio e acabou tragado por uma fenda aberta na cratera do vapor de água. Isso nos dá ocasião de lembrar um episódio célebre na antiguidade, ocorrido com Plínio, o Velho, o grande naturalista romano.
Quando o Vesúvio entrou em soberania em 79 d.C., Plínio, o Velho (ou o Antigo), estava estacionado ali perto, no porto de Misenum, como comandante da frota romana.
Plínio, como bom cientista, resolve, então, estudar as ocorrências daquela extraordinária comemoração, mas eis que recebe uma mensagem desesperada de amigos, na área próxima ao Vesúvio, pedindo ajuda para um resgate: e a única rota de fuga seria pelo mar. Plínio mudou seus planos com vários navios para ajudar na evacuação de pessoas refugiadas na praia.
Conforme se aproximavam da zona de perigo, a queda de cinzas e pedras-pomes dificultavam a navegação. As pessoas no barco, recomendavam que recuasse, mas Plínio, altivo, citou Terêncio: “A fortuna favorecendo os bravos” ( “Fortis fortuna adiuvat” ) e orientação que seu capitão continuasse em direção à costa. Desembarcou em Stabiae, onde seu amigo, Pomponiano, o estava esperando.
Impossibilitados, porém, de navegar de volta, devido a ventos contrários, foram obrigados a passar a noite lá. Os edifícios tremiam devido a terremotos, e gases tóxicos enchiam o ar.
Plínio, um homem corpulento que sofria de um mal crônico, possivelmente asma, morreu asfixiado por gases tóxicos e foi deixado para trás. Quando as pessoas retornaram ao lugar, três dias depois da dispersão dos gases, o corpo de Plínio foi encontrado, o rosto sereno, sem problemas externos aparentes.
Sua morte é comovente porque decorrei tanto de um ato de curiosidade científica quanto da generosidade de resgate humanitário.
Há coisas que só Deus sabe.
Boa semana,
Sávio.