Caros,
- Fritz Haber, o inventor de maior impacto na humanidade, disse que era alemão, antes de ser judeu. Amava profundamente a Alemanha. Inclusive, se converteu ao Protestantismo para, talvez, melhor fazer parte da ‘Pátria Alemã’. Inventou o gás venenoso como arma para a Alemanha. Deu alimentos e munições à Alemanha com sua descoberta da síntese da amônia a partir do Nitrogênio da atmosfera, uma coisa assombrosa. Sem Fritz Haber, e com a Royal Navy bloqueando o acesso à amônia chilena, é possível que a Alemanha não conseguisse combater mais do que uns meses na Grande Guerra. Questionado sobre o uso do Gás na Guerra, Haber disse: “Em tempo de paz, o cientista pertence ao mundo, mas na Guerra pertence ao seu País”.
- Quando, porém, Hitler se apoderou da Alemanha, Fritz Haber, com todo seu mérito científico, todo seu amor pelo país, mesmo como ex-combatente promovido à patente de capitão, mesmo tendo se convertido ao Protestantismo, mesmo tendo salvo duplamente a Alemanha da fome e da falta de explosivos na Primeira Guerra, Haber foi compelido a despedir seus auxiliares judeus. Finalmente, mesmo com permissão para permanecer na Alemanha, Haber foi embora. Sua família também. Seus filhos com a segunda esposa, Charlotte Nathan, se tornaram cidadãos ingleses após a II Guerra Mundial.
- As armas de guerra alteraram a organização da Sociedade a partir de um novo papel para os guerreiros. P. ex., a inocente invenção do estribo do cavalo na Europa Ocidental, na Idade Média, permitindo o guerreiro lutar montado, introduziu uma revolução no modo de guerrear, levando a uma alteração tão profunda na estrutura da sociedade europeia mesma que é difícil imaginar.
- Penso em fazer umas Notas assim, como introdução sobre armas de guerra, desde a Idade Média até a pólvora e a dinamite de Alfred Nobel. Uma certa história da tecnologia que, exacerbando o poder do homem, se sobrepõe ao homem. E às vezes o desmoraliza.