Caros,
O Zero Rating é uma questão que fica indo e vindo com o tempo. Mais recentemente, petição de várias organizações da sociedade civil pediram ao Ministro da Justiça que: (i) a neutralidade de rede seja aplicada aos casos de zero-rating dos planos de dados das operadoras, impedindo-as de ofertá-los na forma como acontece hoje; e (ii) que seja proibida a interrupção do “serviço de conexão à internet”, inclusive por inadimplência, por constituir este um serviço essencial e de caráter universal.
Ministério da Justiça? Serviço essencial e de caráter universal? Serviço que não pode ser interrompido mesmo com inadimplência? Sim, esse foi o pedido.
Bem, os serviços de telecom não constituem uma caridade, sequer uma filantropia: é necessário um pagamento.
A ideologia, mesmo quando seu objetivo seja o que considera o bem do público, quando começa a ser aplicada a partir dela mesma, da ideologia, pode gerar distorções que vão contra o objetivo inicial.
Quais as razões alegadas para o fim do zero-rating? Volta à tona o argumento de que a Internet deve ser acessada sempre como um todo, uma universalidade. De que o acesso à Internet não deve ser fragmentado, permitindo o acesso somente a algumas poucas e selecionadas aplicações, como Facebook e Whatsapp. A ideia parece boa.
O que não é bom é o tudo ou nada, quando o tudo ou nada pode ser o nada. Às vezes, o pouquinho é melhor do que o nada. É bom dispor da refeição completa, o arroz, o feijão, a carne, a salada, a farofa, a sobremesa e o cafezinho. Para o esfomeado, porém, melhor ter o feijão com arroz do que não ter nada. Sempre lutando pela carne e tudo o mais, mas sem morrer de inanição no processo da luta.