Caros,
Gutenberg começou a imprimir sua Bíblia usando duas colunas de 40 linhas cada. Ficava bonito, era mais fácil de ler, mas o custo pesava bastante. Foi experimentando e, afinal, o livro espetacular que resultou, a Bíblia de Gutenberg de 42 linhas, a B-42, custou menos 5% em papel e em velino, uma economia considerável.
Para imprimir 180 cópias de sua Bíblia, mais de 230 mil páginas, Gutenberg e seu time levaram dois anos de intensíssimo trabalho.
A impressão demandou 3 milhões de caracteres. Eram doze pessoas trabalhando nas seis prensas de parafuso, colocando os tipos móveis bem fixados nas fôrmas, passando a tinta com aquele pincel fofo, posicionando o papel e o velino, empurrando suavemente a fôrma para baixo da prensa, rodando a manivela da prensa com cuidado, exercendo a pressão certa sobre o papel ou sobre o velino…
Cada exemplar da belíssima Bíblia, que Gutenberg terminou de imprimir em 1455, era vendida por 30 florins, – o que equivalia a 3 anos de trabalho de um funcionário de escritório médio … Mesmo assim, era muito mais barata que uma Bíblia manuscrita, que um copista levaria um ano para fazer.
O grosso do financiamento da empresa de Gutenberg veio de seu sócio Johann Fust. Só que pouco tempo depois da impressão da Bíblia, Gutenberg foi processado por… Fust, que pedia a devolução dos 1.600 florins que lhe emprestara. Fust acusava Gutenberg de mau uso dos recursos… A justiça se pronunciou a favor de Fust, aplicando juros de 6%, e Gutenberg, literalmente, faliu. Nada de novo na face da terra…
Os alemães foram os portadores da imprensa para o resto da Europa, instalando-se nas cidades mais relevantes para imprimir livros.
A imprensa à maneira de Gutenberg moldou a forma de obtenção do conhecimento e sua transmissão por 400 anos, sem alterações significativas. Aí por meados do séc. XIX, entretanto, duas outras inovações espetaculares mudaram tudo: o telégrafo e a fotografia. Mas isso é outra história.