Caros,
La Cité Antique, de Fustel de Coulanges é um livro incontornável. Fundamental para o conhecimento das instituições gregas e romanas, inclusive o culto aos mortos na era do paganismo.
Na era Cristã, tudo mudou, e a grande questão deixou de ser o culto da memória dos mortos, mas rezar pela alma deles. E tanta foi a demanda que foi preciso criar uma data consagrada para isso. É aí que entra o célebre Monastério de Cluny.
Em 998, Santo Odilon, abade de Cluny, para atender a enorme demanda de Missas pelos defuntos, instituiu o dia 2 de novembro, o dia seguinte à Festa de Todos os Santos, para lembrarmos e rezarmos pelos nossos mortos, e “levar as almas do purgatório para o paraíso”.
O costume se espalhou pelos monastérios cluniacenses e depois, no séc. XIII, o Papa estendeu esse Dia de Finados para a Igreja Universal.
Nestas Notas, pensei nos amigos que nos deixaram precocemente. E continuo rezando pela alma deles: Guerreiro, Kevin, Marcos, Zanatta, Badu… Não é possível mencionar todos.
Mas, primeiro, a lembrança de nossos pais que tenham já falecido. Na ordem natural das coisas, pai e mãe morrem antes dos filhos.
Se a falta do pai é incalculável, a falta da mãe causa um vazio infinito. A mãe é essa coisa imensa, imensurável, sem medida, desmedida. A coisa mais parecida com o céu na terra. Esse bem que se revela mais ainda quando é perdido. O amor e o carinho da mãe permanecem para sempre.
Rezemos pelos nossos mortos. E que Deus, na sua infinita misericórdia, olhe por nós todos, ainda vivos, para que vamos para o céu no dia derradeiro.