Caros,
É grave a acusação da Federal Trade Commission – FTC – e de 17 Estados americanos contra a Amazon.
A conduta da Amazon, diz a FTC, suprime a capacidade das plataformas online rivais de oferecerem preços mais baixos porque os vendedores não podem repassar essas economias aos compradores: a Amazon impede que quem vende na sua superloja possa vender mais barato em outras plataformas.
A Amazon também opera um enorme braço primário, de produtos que ela mesma vende, que foi responsável por 40% de suas vendas unitárias totais no segundo trimestre de 2023. Usando, pois, seu controle direto sobre o preço desses seus produtos, a Amazon criou outra ferramenta anti-desconto: o preço da Amazon se torna o preço mínimo de seus terceirizados em qualquer outra loja online.
O medo de retaliação por parte da Amazon leva os vendedores a estabelecerem preços mais elevados preventivamente em todos seus lugares de venda. Muitos nem ousam vender em outras plataformas, para evitar qualquer possibilidade de retaliação da Amazon. O vendedor que cortaria preços para crescer, passa a ser mero seguidor de preços da Amazon, privando os consumidores americanos de preços mais baixos.
A Amazon exige que os vendedores que desejam que seus produtos sejam elegíveis para Prime usem o serviço de atendimento da Amazon, o Fulfillment by Amazon (“FBA”), ainda que muitos vendedores prefeririam, se pudessem, usar um método de atendimento alternativo para armazenar, separar, embalar e enviar os pedidos dos clientes. Hoje, afirma a FTC, praticamente todos os vendedores devem usar o serviço “FBA” proprietário da Amazon para alcançar plenamente a enorme base de compradores da Amazon nos EUA.
Tem mais: aumentos de preços da Amazon na forma de anúncios pagos têm sido extremamente lucrativos… Surpreendentemente, estas taxas de vendedor representam uma parte significativa dos lucros totais da Amazon. E os vendedores pagam.
O Project Nessie era um algoritmo, usado até 2019, testava até onde a Amazon podia aumentar preços e os outros (Walmart, Target, etc.) seguirem. O Wall Street Journal estima que isso deu uma receita adicional à Amazon de mais de US$1bilhão.
Ao final do libelo submetido à UNITED STATES DISTRICT COURT, WESTERN DISTRICT OF WASHINGTON, a FTC e os 17 Estados americanos pedem o fim da conduta ilegal da Amazon, o desfazimento do controle monopolista da Amazon, a negação a ela dos frutos de suas práticas ilegais e a restauração da promessa perdida de concorrência.
A Amazon decide – vendedores e consumidores pagam: Nestas Notas, seguimos relatando o processo antitruste da FTC e dos 17 Estados americanos contra a Amazon, com base nos fatos alegados.
É grave a acusação. A FTC assevera que as tá ticas ilegais da Amazon significam que quando a Amazon aumenta seus preços, os outros – concorrentes, vendedores e consumidores – sofrem as consequências. As táticas da Amazon suprimem a capacidade das superlojas online rivais de competir pelos consumidores, não podendo oferecer preços mais baixos, privando os americanos de opções mais acessíveis. Ou seja, o mercado deixou de funcionar.
A conduta da Amazon suprime a capacidade dos fornecedores de serviços de mercado online rivais de competir em pelos vendedores, oferecendo taxas mais baixas porque os vendedores não podem repassar essas economias aos consumidores na forma de preços mais acessíveis dos produtos: a Amazon retalia.
Essas táticas anti-desconto restringem as opções d os vendedores que operam na unidade de negócios terceirizados da Amazon.
Amazon – vendas dela mesma: A Amazon também opera um enorme braço primário, de produtos que ela mesma vende, que foi responsável por 40% de suas vendas unitárias totais no segundo trimestre de 2023. Usando, pois, seu controle direto sobre o preço desses produtos, a Amazon criou outra ferramenta anti-desconto: o preço da Amazon se torna o preço mínimo de seus terceirizados em qualquer outra plataforma – um golpe na concorrência.
Em outras palavras, a Amazon implementou um algoritmo com o propósito expresso de dissuadir outras lojas online de oferecer preços mais baixos.
O medo de sanções: As diversas táticas anti-desconto da Amazon subvertem o processo normal de competição, dificultando, p. ex., baixar preço para vender mais em outra superloja on-line. Mesmo rivais da Amazon que oferecem serviços de mais baixo custo lutam para atrair vendedores e observam como os vendedores aumentam os preços nas suas lojas devido ao medo das penalidades da Amazon. Sim, muitos vendedores aumentam seus preços na Amazon para evitar riscos de punição. Outros nunca sequer tentam descontos; o medo de retaliação por parte da Amazon leva-os a estabelecer preços mais elevados preventivamente em todos seus lugares de venda. Outros ainda simplesmente renunciam a vender em qualquer lugar que não seja a Amazon para evitar qualquer possibilidade de sanção da Amazon. Ao transformar os cortadores de preços em seguidores de preços, a Amazon congela a concorrência de preços e priva os compradores americanos de preços mais baixos.
A Amazon Prime tem muitas armas: A Amazon utiliza mais outra tática como parte da sua conduta monopolística: condiciona a possibilidade de os vendedores serem “elegíveis para Prime” no uso do serviço de atendimento de pedidos da Amazon. Tal como acontece com as tá ticas anti-descontos da Amazon, a FTC afirma que esta conduta coercitiva impede os rivais da Amazon de atrair uma massa crítica de vendedores ou compradores – privando-os assim da escala necessária para competir eficazmente online.
A Amazon exige que os vendedores que desejam seus produtos elegíveis para Prime usem o serviço de atendimento da Amazon, o Fulfillment by Amazon (“FBA”), embora muitos vendedores prefeririam, se pudessem, usar um método de atendimento alternativo para armazenar, separar, embalar e enviar os pedidos dos clientes.
Para combater esta ameaça competitiva, a Amazon retomou a sua conduta de cumprimento coercitivo: hoje, praticamente todos os vendedores devem usar o serviço FBA proprietário da Amazon para alcançar plenamente a enorme base de consumidores da Amazon.
Competição bloqueada: Com todos esses artifícios e constrangimentos que se reforçam mutuamente, diz a FTC, a Amazon bloqueia todas as vias importantes de concorrência. E com seu poder de monopólio consolidado, a Amazon agora a extrai lucros de monopólio sem prejudicar – e, em vez disso, ao mesmo tempo que aumenta – o seu poder de monopólio. Assim, a Amazon aumentou consistentemente os preços que cobra dos vendedores, sem que estes tenham podido reagir.
Os aumentos de preços da Amazon na forma de anúncios pagos têm sido extremamente lucrativos… Surpreendentemente, essas taxas para anúncios de vendedor representam uma parte significativa dos lucros totais da Amazon. Os vendedores pagam. E os consumidores obtêm resultados inferiores de pesquisa para produtos com preços mais elevados. A Amazon ganha, mas só ela.
A petição contra a Amazon: O Project Nessie era um algoritmo, usado até 2019, que testava até onde a Amazon podia aumentar preços e os outros (Walmart, Target, etc.) seguirem. O Wall Street Journal estima que isso gerou uma receita à Amazon de mais de US$1bilhão. https://www.youtube.com/watch?v=L1fQTtXO9JM
A estratégia monopolista ilegal da Amazon está dando frutos para a Amazon, mas às custas de dezenas de milhões de famílias americanas e centenas de milhares de vendedores terceiros.
Por tudo isso, os demandantes da ação antitruste, a FTC e os 17 Estados americanos, instauraram o case, apesar, dizem eles, dos extensos esforços da Amazon para impedir a investigação do governo e ocultar informações sobre suas operações internas. Os executivos da Amazon de forma sistemática e intencional parecem se haver comportado assim, apesar das instruções dos Requerentes à Amazon para não fazê -lo.
FTC e Estados pedem, ao final, que a UNITED STATES DISTRICT COURT, WESTERN DISTRICT OF WASHINGTON, ponha fim à conduta ilegal da Amazon, desfaça o controle monopolista da Amazon, negue a ela os frutos de suas práticas ilegais e restaure a promessa perdida de concorrência.
Vamos ver.