Notas & Comentários – 22-03-2024 – Apresentação

Caros,

Seguimos considerando o impactante artigo de Niall Ferguson – The Treason of Intelectuals. As aspas nestas Notas são dele. Ferguson se espantou com o apoio das universidades americanas ao Hamas, mesmo antes de qualquer reação de Israel – previsivelmente brutal.

“O famoso sociólogo alemão Max Weber argumentou corretamente, em um ensaio de 1917, que o ativismo político não deveria ser permitido numa sala de aula”. Ferguson observa que “Essa separação entre estudos, saber e erudição, por um lado, e política, por outro, tem sido totalmente desconsiderada nas principais universidades americanas nos últimos anos.”

Há cem anos, lembra Ferguson, na década de 1920, as melhores universidades do mundo, de longe, estavam na Alemanha. “Harvard e Yale, em comparação com Heidelberg, Tübingen, Marburg, eram clubes de cavalheiros, onde os estudantes prestavam mais atenção ao futebol do que à física. Mais de um quarto de todos os prémios Nobel atribuídos nas ciências entre 1901 e 1940 foram para os alemães; apenas 11% foram para americanos. Albert Einstein atingiu o auge de sua profissão não em 1933, quando se mudou para Princeton, mas de 1914 a 1917, quando era professor da Universidade de Berlim. Mesmo os melhores cientistas produzidos por Cambridge sentiram-se obrigados a dar uma passada na Alemanha, para conferir mais brilho aos seus títulos”.

Oppenheimer, p. ex., formou-se em Química em Havard, em 1925, mas foi fazer seu Doutorado na… Universidade de Göttingen, na Alemanha, em 1927, onde estudou com Max Born, um judeu… Havard era quase um Jardim de Infância diante de Göttingen…

Em janeiro de 1933, o Partido Nazista chegou ao poder na Alemanha, e o judeu Max Born foi suspenso do cargo de professor na Universidade de Göttingen. Max Born, o brilhante cientista que teve papel fundamental para o desenvolvimento da Mecânica Quântica, motivo pelo qual ganhou o Prêmio Nobel em 1954.

Ferguson afirma que “Os advogados e os médicos estavam substancialmente sobre-representados no Partido Nazista, tal como os estudantes universitários”. “Para advogados de meia-idade, Hitler era o herdeiro de Bismarck”.

Na verdade, as universidades alemãs se impregnaram rapidamente de nazismo; “os acadêmicos alemães” – como é que pode – “atuaram como think tank de Hitler, dando corpo político à sua ideologia racista”.

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