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Seguimos considerando o impactante artigo de Niall Ferguson – The Treason of Intelectuals. As aspas nestas Notas são dele. Ferguson se espantou com o apoio das universidades americanas ao Hamas, mesmo antes de qualquer reação de Israel – previsivelmente brutal.
“O famoso sociólogo alemão Max Weber argumentou corretamente, em um ensaio de 1917, que o ativismo político não deveria ser permitido numa sala de aula”. Ferguson observa que “Essa separação entre estudos, saber e erudição, por um lado, e política, por outro, tem sido totalmente desconsiderada nas principais universidades americanas nos últimos anos.”
Há cem anos, lembra Ferguson, na década de 1920, as melhores universidades do mundo, de longe, estavam na Alemanha. “Harvard e Yale, em comparação com Heidelberg, Tübingen, Marburg, eram clubes de cavalheiros, onde os estudantes prestavam mais atenção ao futebol do que à física. Mais de um quarto de todos os prémios Nobel atribuídos nas ciências entre 1901 e 1940 foram para os alemães; apenas 11% foram para americanos. Albert Einstein atingiu o auge de sua profissão não em 1933, quando se mudou para Princeton, mas de 1914 a 1917, quando era professor da Universidade de Berlim. Mesmo os melhores cientistas produzidos por Cambridge sentiram-se obrigados a dar uma passada na Alemanha, para conferir mais brilho aos seus títulos”.
Oppenheimer, p. ex., formou-se em Química em Havard, em 1925, mas foi fazer seu Doutorado na… Universidade de Göttingen, na Alemanha, em 1927, onde estudou com Max Born, um judeu… Havard era quase um Jardim de Infância diante de Göttingen…
Em janeiro de 1933, o Partido Nazista chegou ao poder na Alemanha, e o judeu Max Born foi suspenso do cargo de professor na Universidade de Göttingen. Max Born, o brilhante cientista que teve papel fundamental para o desenvolvimento da Mecânica Quântica, motivo pelo qual ganhou o Prêmio Nobel em 1954.
Ferguson afirma que “Os advogados e os médicos estavam substancialmente sobre-representados no Partido Nazista, tal como os estudantes universitários”. “Para advogados de meia-idade, Hitler era o herdeiro de Bismarck”.
Na verdade, as universidades alemãs se impregnaram rapidamente de nazismo; “os acadêmicos alemães” – como é que pode – “atuaram como think tank de Hitler, dando corpo político à sua ideologia racista”.
O desvio das universidades: Seguimos tratando do artigo de Niall Ferguson, que se espantou com o apoio das universidades americanas ao Ham as, mesmo antes de qualquer reação de Israel – previsivelmente brutal.
“Tal como o famoso sociólogo alemão Max Weber argumentou corretamente, no seu ensaio de 1917, ‘A Ciência como Vocação’, o ativismo político não deveria ser permitido numa sala de aula. Este foi, aliás, também o argumento do Relatório Kalven de 1967 da Universidade de Chicago, sustentando que as universidades devem ‘manter a independência das modas, paixões e pressões políticas’”.
Ferguson: “Essa separação entre estudos, saber e erudição, por um lado, e política, por outro, tem sido totalmente desconsiderada nas principais universidades americanas nos últimos anos. Em vez disso, as nossas universidades mais conceituadas abraçaram um tipo de ‘mudança institucional’ que nos levou aonde estamos”.
As universidades alemãs, anos 1920: “Poderíamos considerar extraordinário que as universidades mais prestigiosas do mundo – as americanas, hoje – tivessem sido infectadas tão rapidamente por uma política imbuída de antissemitismo. No entanto, exatamente a mesma coisa aconteceu antes” – na Alemanha. Ferguson teme que as universidades americanas sejam as novas universidades alemãs.
Há cem anos, lembra Ferguson, na década de 1920, as melhores universidades do mundo, de longe, estavam na Alemanha. “Harvard e Yale, em comparação com Heidelberg e Tübingen, eram clubes de cavalheiros, onde os estudantes prestavam mais atenção ao futebol do que à física. Mais de um quarto de todos os prêmios Nobel atribuídos nas ciências entre 1901 e 1940 foram para os alemães; apenas 11% foram para americanos. Albert Einstein atingiu o auge de sua profissão não em 1933 (quando se mudou para Princeton), mas de 1914 a 1917, quando era professor da Universidade de Berlim, diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Física, e como membro da Academia Prussiana de Ciências. Mesmo os melhores cientistas produzidos por Cambridge sentiram-se obrigados a dar uma passada na Alemanha, para conferir m ais brilho aos seus títulos”.
Oppenheimer, p. ex., formou-se em Química em Havard, em 1925, mas foi fazer seu Doutorado na… Universidade de Göttingen, na Alemanha, em 1927, onde estudou com Max Born, um judeu… Havard era quase um Jardim de Infância diante de Göttingen…
“Contudo, o professorado alemão tinha uma fraqueza fatal. Os alemães com formação acadêmica estavam extraordinariamente prontos a prostrar -se diante de um líder carismático, na crença de que só um tal líder poderia preservar a pureza do país”.
Em janeiro de 1933, o Partido Nazista chegou ao poder na Alemanha, e Max Born, que era judeu, foi suspenso do cargo de professor na Universidade de Göttingen. Max Born, o brilhante cientista que teve papel fundamental para o desenvolvimento da mecânica quântica, motivo pelo qual ganhou o Prêmio Nobel em 1954. (Por falar nisso… Born foi o avô da cantora e atriz Olivia Newton-John…).
Outros nomes para racismo: “Os chamados progressistas de hoje”, afirma Ferguson, “praticam racismo em nome da diversidade. As fraternidades estudantis alemãs, principalmente protestantes, já excluíam a adesão d os judeus antes da Primeira Guerra Mundial”.
“Em Março de 1920, no turbulento rescaldo da revolução que derrubou o regime imperial e estabeleceu a República de Weimar, um grupo paramilitar estudantil esteve envolvido num ataque assassino contra trabalhadores comunistas. Nas eleições nacionais realizad as quatro anos mais tarde, um grupo proto-nazista, obteve 17,7% dos votos na mui prestigiosa cidade universitária de Marburg”.
Continua Ferguson: “Os advogados e os médicos estavam substancialmente sobre -representados no Partido Nazista, tal como os estudantes universitários”. “Para advogados de meia-idade, Hitler era o herdeiro de Bismarck”.
A infecção se propaga rapidamente: “Até a última e mais profunda fibra de mim mesmo, pertenço ao Führer e ao seu maravilhoso movimento’, escreveu o advogado nazista Hans Frank em seu diário após um concerto ao qual assistiu com Hitler em 10 de fevereiro de 1937. ‘Somos, em verdade, a ferramenta de Deus para a aniquilação das forças do mal da terra. Lutamos em nome de Deus contra os judeus e o bolchevismo deles. Deus nos proteja! ” “Tais pensamentos ajudaram -no e a muitos outros advogados a aceitar a ilegalidade sistemática que caracterizou o regime desde o início. ”
Um dos maiores problemas d essas ideologias totalitárias é que seus adeptos acreditam mesmo nelas, e perpetram os maiores e mais cruéis crimes achando que estão fazendo o bem. É o que comprovou Stephen Kotkin, autor da biografia definitiva de Stalin, ao manusear os documentos secretos do governo soviético: eles afirmavam em secreto o que diziam publicamente… É inacreditável.
Na verdade, os acadêmicos alemães atuaram como think tank de Hitler, dando corpo político à sua ideologia racista.
Ao lado, alunos de uma escola da Universidade Humboldt de Berlim, c. 1931. (Foto de bpk/Salomon/ullstein bild viaGetty Images)
Hans Frank: foi governador nazista da Polônia, conhecido como “O Carniceiro da Polônia”. Envolveu-se diretamente no assassinato em massa dos judeus, tendo supervisionado quatro campos de extermínio. Ao final da Segunda Guerra Mundial, foi preso pelo exército americano e tentou suicidar -se duas vezes. Julgado pelo Tribunal de Nuremberg culpado de Crimes de Guerra e Contra a Humanidade, foi enforcado em 16 de outubro de 1946.
Hans Frank foi o único dos grandes criminosos nazistas condenados à morte a entrar no lugar em que estava montada a forca com um sorriso em seu semblante. Esse homem, que se havia convertido à fé católica romana após sua prisão, parecia aliviado com a perspectiva de expiar sua culpa por seus atos demoníacos. Ao ser chamado pelo nome, Hans Frank respondeu calmamente e quando perguntado se tinha alguma última declaração a fazer, disse numa voz que era quase um suspiro, em sinal de arrependimento profundo: “Eu agradeço o tratamento que me foi dispensado durante o cativeiro e peço a Deus que me receba em sua misericórdia”.
Nós jamais entenderemos os desígnios de Deus. Como pode Ele diante de tão imensa maldade agir com tanta misericórdia e permitir o arrependimento das pessoas mais perversas. Mas Ele tudo pode.