Caros,
Terminamos, nesta semana, nossas considerações em torno do artigo de Niall Ferguson sobre o significado da reação das universidades americanas ao ataque terrorista de 7 de Outubro. Não nos arriscamos além disso, até porque o pano de fundo pode mudar rapidamente e embaralhar as percepções.
Dá, então, para entender o título do artigo de Ferguson: The Treason of Intellectuals. As universidades americanas apoiaram o ataque terrorista mesmo antes de qualquer reação. Ou seja, não podiam sequer alegar a brutalidade de uma reação. Obviamente, não houve espaço aqui nem pretensão para comentar os multifacetados desdobramentos políticos, bélicos e humanitários: o foco é o comportamento das universidades americanas, face ao precedente das universidades alemãs, as melhores do mundo nos anos 1920 e 30.
Ferguson lembra que “Qualquer pessoa que tenha uma crença ingênua no poder do ensino superior para incutir valores éticos não estudou a história das universidades alemãs no Terceiro Reich. Um diploma universitário, longe de imunizar os alemães contra o nazismo, tornou-os mais propensos a adotá-lo”.
O declínio das universidades alemãs foi personificado pela prontidão de Martin Heidegger, considerado o maior filósofo alemão da sua geração, em aderir ao movimento nazista, com um distintivo de suástica na lapela. Ele foi membro do Partido Nazista de 1933 a 1945”. (Heidegger se tornou reitor da Universidade de Freiburg em 1933, quando se inscreveu no Partido Nazista.)
A presidente de Havard foi levada a deixar a Universidade não por ter sido, digamos, suave e ambígua com o antissemitismo no Campus, mas, alegadamente, por uma multidão injustificável de plágios em seus escritos. Na verdade, Ferguson diz que, com muitas pessoas assumindo cargos de relevância nas universidades apenas por pertencerem a minorias, e não por mérito, o plágio acaba sendo uma saída para a falta de conhecimento. Que coisa.
Ferguson, aliás, afirma em entrevista, que o DEI (Diversity, Equality, Inclusion) nas universidades americanas desdiz o próprio nome. Não há diversidade, pois o objetivo é a uniformidade em torno de uma mesma ideologia unificadora. Não há igualdade, por falta de um devido processo. E não há inclusão, visto que o objetivo é excluir.
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