Caros,
*Nós não sabemos nada sobre o homem pré-histórico. Mas sabemos que o homem pré-histórico era um artista.
G. K. Chesterton tem uma frase magnífica, quando afirma que a Arte é a assinatura do homem: “Art is the signature of man.” Até porque, diz Chesterton, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança: logo, o homem é um criador, e cria na arte.
*Chesterton notou uma coisa óbvia, mas pouco percebida: nossos problemas ocorrem mais com os nossos vizinhos, por uma questão de proximidade.
A Bíblia nos manda amar o nosso próximo – nosso vizinho – e os nossos inimigos; provavelmente porque nosso vizinho e nosso inimigo são, em geral, a mesma pessoa.
*A busca por explicação das coisas esbarra em questões superiores. P. ex., Chesterton lembra que
Os mistérios de Deus são mais satisfatórios do que as certezas do homem.
Obviamente, Chesterton preferia os Mistérios de Deus às soluções do homem.
*Interessante o que fala Chesterton sobre o ateísmo e a blasfêmia:
“Se não houvesse Deus, não haveria ateus.
O blasfemador não consegue alcançar nenhum efeito em suas imprecações se, no fundo, não for um crente. “Se alguém duvida disso, tente blasfemar contra o deus Thor”.
*Tem coisas que a gente só entende com o passar do tempo. P. ex., respeito à tradição. Chesterton, brilhante:
“Tradição significa dar votos à mais obscura de todas as classes – os nossos antepassados. É a democracia dos mortos. A tradição não aceita submeter-se à pequena e arrogante oligarquia daqueles que simplesmente ainda estão caminhando por aí.”
Deus, o homem e a arte: Nós não sabemos nada, ou quase, sobre o homem pré-histórico. Até porque não havia história. Salvo que sabemos que o homem pré-histórico vivia nas cavernas. E salvo que o homem pré-histórico era um artista. Artista? Sim.
Não sabemos como vivia, como se comportava, como tratava o próximo. Mas sabemos que era um artista, porque deixou registrado nas paredes das cavernas cenas da vida.
G. K. Chesterton tem uma frase magnífica, quando afirma que a Arte é a assinatura do homem: “Art is the signature of man.” Até porque, diz Chesterton, Deus, que criou o mundo, criou o homem à sua imagem e semelhança: logo, o homem é um criador, e cria na arte. A arte identifica toda uma cultura, toda uma civilização.
Hiena – pintada na caverna Chauvet, França, cerca de 30.000 anos atrás.
O próximo: Chesterton notou uma coisa óbvia, mas pouco percebida: nossos problemas ocorrem mais com os nossos vizinhos, por uma questão de proximidade.
A relação com o nosso vizinho tende a ser mais conflituosa. Os bárbaros invadiram o Império Romano, pois tinham fronteira comum: o Reno e o Danúbio. Os mouros invadiram o reino visigótico da Espanha, pois só um estreito separa a África de Europa. E os turcos tomaram Constantinopla, cujas terras eles já ocupavam há séculos.
O problema de uma pessoa normalmente mora perto dele: é o vizinho. É o chato. O intrometido. O falador. Daí uma frase interessantíssima, quase em tom de brincadeira, de Chesterton:
A Bíblia nos manda amar o nosso próximo – nosso vizinho – e os nossos inimigos; provavelmente porque nosso vizinho e nosso inimigo são, em geral, a mesma pessoa.
“The Bible tells us to love our neighbors, and also to love our enemies; probably because they are generally the same people.”
Mistérios e Comédia: A busca por explicação das coisas esbarra em questões superiores. P. ex., Chesterton lembra que
Os mistérios de Deus são mais satisfatórios do que as certezas do homem.
“The riddles of God are more satisfying than the solutions of man.”
Obviamente, Chesterton preferia os Mistérios de Deus às soluções do homem. Até porque o homem é uma comédia:
“We have had no good comic operas of late, because the real world has been more comic than any possible opera.”
Não temos boas óperas cômicas atualmente porque o mundo real tem sido mais cômico do que qualquer possível ópera.
Ateísmo e blasfêmia: Chesterton considerava o agnosticismo pior do que o ateísmo, desaprovando fortemente os dois. Aliás, a palavra agnosticismo vem de uma raiz grega e quer dizer – ignorância. Não quer dizer indiferença, como as pessoas tendem a usar hoje em dia.
“Atheism is indeed the most daring of all dogmas . . . for it is the assertion of a universal negative.”
“O ateísmo é o mais ousado dos dogmas, pois é a afirmação de uma negativa universal.”
Prossegue Chesterton:
“If there were no God, there would be no atheists.
“Se não houvesse Deus, não haveria ateus.
Em seu livro Heresy (de 1905, mais de 20 anos antes de se tornar católico), Chesterton diz que a blasfêmia é algo baseado numa crença. O blasfemador não consegue alcançar nenhum efeito em suas imprecações se, no fundo, não for um crente. “Se alguém duvida disso, tente blasfemar contra o deus Thor”.
Tradição e Democracia: Tem coisas que a gente só entende com o passar do tempo. P. ex., respeito à tradição. Chesterton, brilhante:
“Tradição significa dar votos à mais obscura de todas as classes – os nossos antepassados. É a democracia dos mortos. A tradição não aceita submeter-se à pequena e arrogante oligarquia daqueles que simplesmente ainda estão caminhando por aí.”
“Tradition means giving votes to the most obscure of all classes, our ancestors. It is the democracy of the dead. Tradition refuses to submit to the small and arrogant oligarchy of those who merely happen to be walking about.”
Nossos mortos já passaram por muitas situações difíceis, dolorosas, mortais: devemos considerar o que têm a dizer. Eles falam pela voz da tradição.