Notas & Comentários – 31-01-2025

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Aprendendo com a Vida: Com seus feitos e atitudes, Churchill acumulou vários críticos e até inimigos, e uma reputação de ser impetuoso, arrogante, presunçoso, desobediente e grosseiro. Foi acusado de abusar de sua posição como oficial britânico e de seu status civil como jornalista, e de quebrar sua palavra de honra como prisioneiro de guerra. Em certos círculos mais, digamos, certinhos, a menção de seu nome causava arrepios. Por outro lado, era o jovem mais conhecido de sua geração: a maior celebridade de sua época. Quando ocupou a cadeira na Câmara dos Comuns para fazer seu discurso de estreia em 1901 – o mesmo assento ocupado por seu pai em seu último discurso em 1886 – ele mal tinha 26 anos. Nada mal.

Talvez seja aqui um lugar conveniente para duas citações de Churchill:

“I like pigs. Dogs look up to us. Cats look down on us. Pigs treat us as equals.”

“Eu gosto de porcos. Os cães nos admiram. Os gatos nos desprezam. Os porcos nos tratam como iguais.”

When the eagles are silent, the parrots begin to jabber.

Quando as águias ficam em silêncio, os papagaios começam a tagarelar.

 

O Conhecimento: Churchill reverenciava o saber, o tecnológico e o humano. Até porque, depois, , a tecnologia salvou a Inglaterra contra os bombardeios da Luftwaffe na Segunda Guerra Mundial, mas sem os pilotos da Royal Air Force – RAF, nada feito.

“O primeiro dever da universidade é ensinar sabedoria, não uma profissão; caráter, não tecnicalidades. Queremos um bocado de engenheiros no mundo moderno, mas não queremos um mundo de engenheiros.”

“The first duty of the university is to teach wisdom, not a trade; character, not technicalities. We want a lot of engineers in the modern world, but we do not want a world of engineers.”

Roosevelt, livros: Franklin Roosevelt e Winston Churchill tinham muito em comum, mas não se davam assim tão bem. Roosevelt disse: “Aquele jovem Churchill não é um cavalheiro. Ele não se levanta quando uma dama entra na sala.” Isso pode ser verdade. Depois que Churchill estava confortavelmente instalado em uma poltrona, relutava em se levantar, como parte daquele seu princípio de conservação da energia.

Leituras influenciam o homem. Churchill lia muito, e não esquecia nada do que lia. Reconhecia a importância crucial da biblioteca:

“Nothing makes a man more reverent than a library”.

“Nada torna o homem mais reverente do que uma biblioteca.”

Como seu pai não lhe deixou nada e sua mãe gastou tudo que tinha, Churchill teve de ganhar a vida por seus próprios meios. Por isso, escreveu uns 40 livros e cerca de 1000 artigos. Obras-primas.

 

Guerras coloniais e guerra europeia: Churchill, que lutara em muitas guerras coloniais, disse que essas guerras eram bestiais, marcadas por atrocidades e matanças sem sentido. Deduziu, porém que uma guerra europeia seria infinitamente pior. Ele ficou “alarmado” com a “tranquilidade”, até mesmo “loquacidade”, com que os deputados e, pior, os ministros falavam de uma possível guerra europeia:

“Uma guerra europeia não pode ser outra coisa senão uma luta cruel e dilacerante. Os frutos amargos da vitória vão exigir, talvez durante vários anos, toda a vitalidade da nação, a suspensão total das indústrias não-bélicas e a concentração, num só fim, de toda a energia vital do país.”

E acrescentou, de forma aterradoramente profética, mais de doze anos antes da catástrofe de 1914:

“A democracia é mais vingativa do que os gabinetes. As guerras dos povos serão mais terríveis que as guerras dos reis.”

Não que Churchill fosse um pacifista à outrance:

““An appeaser is one who feeds a crocodile—hoping it will eat him last.”

“O pacifista é aquele que alimenta o crocodilo – esperando que o crocodilo o coma por último.”

 

Ativo… quando necessário: Tendemos a associar Churchill à sua existência mais sedentária no final da vida, mas na juventude ele era hiperativo. Foi campeão de esgrima, um dos esportes que mais exigem energia. Na Índia, jogou pólo com entusiasmo, fazendo parte da equipe de seu regimento, que conquistou a All-India Calcutta Cup, o prêmio maior da época. Grande parte de seu tempo na África do Sul foi gasto caminhando, desgastando suas botas no processo. E ele estava entre os trinta mil homens que marcharam triunfantes até Pretória, a capital bôer.

Certamente, essas experiência bélicas ajudaram Churchill a avaliar o perigo, a dimensionar a reação adequada, a pairar acima de críticas maldosas, a persistir na luta mesmo quando tudo parecia desesperado. Por isso soube enfrentar ocasiões tão cruciais na história em que é tudo ou nada. Como quando comandou a Inglaterra na Segunda Guerra Mundial: se vencesse, diriam que era sua obrigação vencer e ninguém o iria elogiar; se perdesse, a catástrofe seria tão imensa que não restaria ninguém para criticar: “Se vencermos, ninguém vai se importar. Se perdermos, não restará ninguém para se importar.”

“If we win, nobody will care. If we lose, there will be nobody to care.”

E era preciso foco no objetivo:

Você nunca chegará ao fim da jornada se parar para atirar pedras em cada cão que late.

“You will never get to the end of the journey if you stop to shy a stone at every dog that barks.”