Caros,
De onde veio essa ideia de uma empresa privada holandesa querer tomar o Brasil, tornar-nos um item na lista de assets do empreendimento?
A Companhia das Índias Ocidentais fez um levantamento, buscando responder à pergunta: Onde havia riquezas que ela pudesse tomar, a baixo custo e baixo risco, de modo a trazer valor para seus acionistas? Resposta: no Nordeste do Brasil.
Os Países Baixos estavam em guerra com a Espanha que, na época, dominava Portugal. Os centros de povoamento brasileiros ficavam próximos à praia, ao alcance da formidável marinha holandesa, enquanto nas colônias espanholas ficavam mais no interior. A presa era o Brasil. O custo calculado para tomar o Brasil era de 2,5 milhões de florins, e a colônia renderia anualmente 8 milhões de florins.
Invadir o Brasil parecia, pois, um empreendimento extraordinário, de baixo risco, de alto retorno.
Retirar o pau Brasil era só derrubar a árvore. O apresamento de navios negreiros e navios mercantes era fácil. A apropriação indébita do dízimo arrecadado para a Igreja era simples. O negócio do açúcar era o mais complexo e demandava mais tempo, mas era o mais rendoso: a Europa estava ansiosa por lambuzar-se na doçura do açúcar brasileiro.